Thursday, June 28, 2007

a rosa e o camaleão


Esfregava-lhe tocatas na tromba.

Doces dedos deslizaram delicadamente para concordias injuriantes.

Beijo a bordo.

Rubor. Jovens jogadores de basebol. Salsaparrilha. Queijo da serra. Agrado. Òsculo. Oculos escuros. Gin tónico. Grande gaiteira!

Lascívia pode ter luva mas não tem lexívia.

Selvagem, extremista, por vezes rude, raramente cruel, isenta de culpas – ela caça-me com razões ousadas (e também rosadas) – como poderia odiar tal barbie.

Em cuecas de rendas sandes de leitão.

A alegria que me propunha chicoteava-me nos sonhos.

As minhas amantes não são como o sol. Eu sou solar quanto basta. Elas são da côr de coral. Ou vermelhas como certos hibiscos. E agradam-me as suas vastas cabeleiras, mesmo nos dias mais quentes de verão escorrendo seus cabelos louros os negros que fazem cócegas ao longo da coluna vertebral.

Seus peitos são dunas ou torres de babel? Nada disso: são peitos suficientemente jovens. E eu não sou de metáforas semioticas nem de contemplações biblicas.

A rosa mascara-se de mordentes adornos, e eu dou a cara desadornada aos seus perfumes, militando ferrenhamente nestas estapafurdias vanguardas.

A sua voz é agradável. E os seus passos são leves. Mas parece que recebem da terra uma lava que transborda toda em mim.

Édipo dito tirano – arrastando-se no invisível, demasiado contaminado pelos deuses. E recordando os amores maternos com precisão machista.

Sempre que digo erro – o desacerto realça os acertos: para auto-estima alheia.

Sou camaleoa no que diz respeito ao amado ente – a minha próximidade é paródica, e parodianto partilho dissidentemente, com mil gemidos e outros tantos risos. Quem camaleo consente-se.

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