Wednesday, June 27, 2007

exílio emplumado


Um amor novo, turbulento e veraneante, encharcado de azul, e com muitas iguarias à disposição.

Os teus hinos afagaram e ampararam os uivos da noite - os clamores selvagens da música acenderam bifurcações, e os doces crescendos fizeram sibilar os deuses antigos.

Porque sei que não são as minhas canções ou as palavras mágicas e cercantes que me vão fazer merecida.

Desencapa o argumento, mas não capes o argumentante.

Ela hasteia elogios como plumas adictivas, mas eu estou no outro lado, nas ilhas canalhas, onde o canibalismo é metafórico e a pele mais densa.

Olhas o vidro e aparece uma cara, como uma revolta da ralé num galeão. Julgas que és tu, mas é o descuido de não sermos o que parecermos – talvez haja uma pirataria divina nesta interface.

Emendas as passagens? Não podes domesticar as linhas que te confundem com o absoluto, embora estejas desvairadamente num dentro que também é um fora.

É este exílio que me empluma e faz dizer, como se oferecesse presentes a obscuros visitantes.

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