Sunday, June 17, 2007

enxovais enxovalhantes


Os teus elogios são uma estratégia de pânico, como os selos que apocalipticamente abrem o que não sabe se se quer sequer revelável.

Abanicas em ti o tebano tirano, mas essa aragem não retira grilhões à consciencia – então constatas um fundo falso nas mães, por mais que as suas mãos relembrem antigas caricias e consumiveis peitos.

Desencantando encantadores livros me seduzes, mas não nupcialmente. Cruzes...

E assim ame, como um assassinato mal planeado, ou em retóricos sequestros vindos de retocados lábios.

O amor é douto antidoto de sabedorias.

Rugosas palavras amaciam-nos a pele, mesmo quando tomadas de empréstimo.

Simpatias de vácuo não vão para a cama com amizades recentes.

A sua pintura embrutece-nos as almas e põe-nos o sangue a trepar pelos mármores onde se assinalam as figuras futilissimas de faunos erectos.

Somos mais lisonjeiros quando abusamos.

Tu fazes de mim uma crioula, como se amar-te fosse uma necessidade só minha – o teu amor-próprio precisa de pinturas alheias, e de saber que nos teus parapeitos me inclino em anseios como uma furiosa feira de venenosas vaidades.

Débitos de poeta não recheiam romances.

E quanto a relatórios, pontue a seu bel-prazer a indizibilidade do extase, mas não o enxarque em adjectivos... afinal não passa de uma selva de grunhidos!...

O fremir dos clavicórdios torna modernas as belezas subterraneas que desfilam no desfiladeiro do estilismo.

Vem demasiado curto, mas se for valoroso saberá, com o devido respeito, crescer.

Sabes honrar decentemente como quem usa o silencio em maiores danos.

Dado que a beleza, não sendo voluntáriamente muda, é decerto o que mais muda.


Este tumulto no qual te entregaria de mãos beijadas a vida não tem vontades de se vulgarizar em placidez de túmulo.

Prefiro-me enxovalhada e enxuta do que enlatada em legados lamechas.

Imaturas somos no como nos guerreamos, por mais que nos alojemos em razões exemplares.
Exemplar é a reciprocidade bem ajardinada

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