Sunday, July 01, 2007

mi, mim, migas


Meus olhos, que barrocamente vêem não o que vêem, mas o que cuspidamente nos chega nos cupidos.

A beleza é a muralha a partir da qual entrevês uma visão celeste, mas sem serafismos.

Ganchos fardados atiçam falsidões ouriças.

Meus olhos bebem o seu coração com muita tinta da china.

Um lugar quiçá comum é o mundo largo – banalíssima vagueza.

Ai, a tortura de tutorar a juventude!

Desaguizada nas subtilezas ideadas do mundo.

Assim a vasta vaidade cozinhamos perigosamente...

Fere-me não com olho tremido mas com linguado servido.

Chicoteim-me mil sofismas pela imorredoura arte – e que a pretexto de sofismar me confidêncie sem juramento, que o ajuramentado é já perfidia ao entregar as suas sinceridades nas carrascas mãos da linguagem.

Deixe-me desculpar a treta de tal guiza, que chegues ao cúmulo de desejar que prossiga jocosamente em artificiais desculpabilidades – que te fazem os olhos mais humedecentes, não sei se de ternura se de cativa alegria.

Olhos bonitos de amigas acompanham bem umas migas.

Uma cara que se afadiga junto a tornoselos, um peito que se desfaz em ares de ferimentos, um gesto que nos toca profundamente como quem se escapa – parem esses dados que me ferem o tal peito ou me empurram para falaciosos poços de desejo.

Mate-me inclinadamente com olhares, enquanto os olhares forem deveras matadores, mas livrem-me deles assim que através de doces ardis queiram devir grilhões.

Não me impacientes mais pois minhas pressas, para decepção se anteciparam demais.

Poderei sorripiar favoritas frsases quando me faltam para extirpar, como com um saca-rolhas, estes vis sentimentos que se amanharam no meu corpo – que um mestre me empreste palavras das que livram de atarantados apiadamentos próprios ou alheios.

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