Wednesday, May 30, 2007

louças àcidas


Sinto-me um crocodilo num duche de hotel – tenho a barriga vazia.

O orgulho do texugo não lhe diminui o fedor.

Amor é meu sino e sina, o meu seno e coseno, o ângulo didático e o tão caro ódio do virtude - ou ódio de pecado, aterrando em amar culpável.

Cupido vegeta destemperado nas louças àcidas. Porque a carne antes de ser trucidada pelo verbo saboreia o seu subito momento de porcelana.

Consulto o I ching para me apoderar do acaso, como de um petisco – este é o irroubável tesouro!

O mundo é fetichista – existe para contemplar vezes sem conta o prazer dos que vão morrer.

Surfa como um cigano.

O verso pode ser estéril, mas o orgulho nele posto enche as medidas da alma. Music for a while!

Porque é tão fremente o mundo? Para variar a vibração!

Os relances de olhos fazem razias na razão.

Sustento a invenção favorecendo as ervas daninhas.

Cada palavra diz quão fundo a desconhecemos. Ou o quão superficialmente se desconhece?

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