Wednesday, May 30, 2007

ciumes babélicos



Papageias. E nas vistosas mentiras com que queres povoar o deserto do absoluto acumulam-se versões tão diferentes do que queres dizer de um modo único e “defenitivamente inacabado”.

Pendura-te nos cabides do obscuro.

Passaste a fase em que te dissimulavas em pudores, para outra em que o pudor ora é dissimulado em paróidia de pudor, ora em em brandos atrevimentos.

A palavra corista tem algo de sentimental e de pitoresco ao qual já não tenho vontade de piscar o olho nem de consultar o preço.

Quando o amarelo sair, as Parcas pescarão percas nas brasas.

Penduras a harpa, mas falta-te quer Babel, quer Sião.

Nos coros arruinados e frios do que foi convicção, reverdecem os prados e aguardam-se as andorinhas.

O crepúsculo é o adivinho do dia que vem.

As ténebras são mais sedosas que a claridade.

Colocas selos em algo apocaliptico.

Até o amor ignóbil é mais precioso do que a sua ausência.

Incandesces caninamente nas cadências da cama.

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