Sunday, October 21, 2007
Yolanda
Estalo (felix culpa!)
Tuesday, October 16, 2007
obras de Rosa Herberta Vasconcellos Davida (exemplos)
- Estalo
- Yolanda
- Só Nós
- Politicas
- A ingrata
- As concubinas que vão para Antioquia
- Largar, lograr
- Com Ela canto
- Escadeados e formas físicas
- Danças de pulos
- A cobrança
- Aquilo que doi na vida
- Como se vem em Acapulco
- Trema
- Gatas, Aviadoras
- Equitação
- A enésima
Sunday, October 07, 2007
A ALIVIANTE LETRA
Pobres homens que nos invejam os verdes figos, e nos espreitam com candidata aleivosia pelas grades da sua velhaca apetência.
Que nos refresque e revigore em sua diurna sageza, e nos desfaça das mezquinhanças e nos reluza aos olhos daquelas que se desesperam com o oculto nas suas penhas e ladeiras.
Eis que se passou o inverno; e estou mais humana e ferverosa e perfumada e a pele ainda mais suave, ó filhas.
A macieira dá-nos a sabedoria que não abranda.
A moda é a pornografa que transmuda o excesso divino da natureza em sublimes paramentos e silvantes pensamentos.
É não é o lírio maléfico acenando aleivosamente nos campos, para que na sua contemplação nos façamos mais interiormente ardentes e exteriormente ousadas?
Apascenta o teu rebanho de carícias no banquete deleitoso do meu corpo, que tem erva boa e cheirosa e te responderá como excelso esposo.
São os bosques que buscam com sua arregalada e bem tangida harmonia a voz varoa de minha amada.
Desejo resplandecer como ouro. Mas não desejo ser ouro, nem de metalurgias solares. Pois sou como a lua que aparece e desaparece, se mingua e engrandece, se desespera e se alarga.
Pomba minha, que debicas as fendas de meus infernos.
Levou-me a moradas do mal como a uma fremosura, mas como sou sómente uma cerva que serve os matéricos deuses preferi correr para campos mais abertos e não me fechar mais em casas.
Os figos de certas amantes são estercosos pombais a que não irei jamais.
Flor gamo, que me faz chorar de perdurável desejo, flor que se desassenta e corre de encontro a fermosuras maiores.
Dizem que a natureza é confesso esterco, mas quem não escuta as harmonias que se desprendem dos arvoredos é porque não se livra das enegrecentes roupas que obstroem a alma, que se quer ainda mais corpórea e desnuda, quer no espírito, quer na alíviante letra.
Friday, October 05, 2007
AS VINHAS DA HORA
Às senhoras muito presentes, para usar comigo em meu paladar.
Ela levou-me às suas vinhas e eu abri-lhe o meu lagar.
Ela vem saltando sobre os montes, pulando como uma donzela a fazer-se cabrita, e por onde passa deixa o seu aroma, como uma chuva de flechas amorosas.
Levanta-te, meu amor, formosa ninfa minha, monstra risonha – os deuses despem-se para te ver, e os teus passos fazem o mundo mais amável.
Coroas os aspectos do que te envolve e os olhos daqueles que se gastam em gostanças, e despachas a mezquinhês e há vides em flor e as gazelas e as cervas do campo esticam-se no teatro absoluto da natura.
A minha amada é a minha amada por entre os braços dos bosques que a apertam e quase estrangulam embora seja uma flor abraçável só em delicadeza.
Conjuro-vos, ó filhas especiosas, tal é minha amada por entre as ninfas que conduzem os homens a desesperantes ravinas.
Errom como zebras feridas pelos becos e cais da moda.
Sabes por certo que aí é o bosque, e aí desaperta-se o meu amor, e até da rola se ouvem os gemidos suaves do acasalamento, e sentimos que esta é a nossa terra, onde as forças se retemperam no se desperdiçarem.
Aparecem as flores fendendo a sombra, e debaixo dela me assento mui corpórea e te aguardo com olhos de veada.
Leva-me de casa aos indómitos banquetes, mesmo que nestes se digam ausentes as iguarias, leva-me porque me banqueteie de ir só contigo.
Possa a natureza ajudar os frutos a adoçarem-se em meu paladar. E és suave quande se te acercam as loiças, e os talheres te roçam os lábios e eu me gostaria de ser a sopa que tu provas sem hesitações.
A minha amada é minha, e vem-se.
Erro pela mundanal ordem das excepções.
Pecados verdes, mundo de pelos, estábulo de deuses.
Pomba minha que com as mãos me vestes de um pudor que superlativamente se desfaz.
E debaixo dela me assento, ante olhos velozes e sob os ardentes montes do meu amor.
Formosa minha, vem, faze-te semelhante às cervas do campo desenrolando-te na cama dos arbustos e ainda mais selvagem sobre a minha floresta.
Não acordes com mãos secas. Humedece-me e a aparelha e apruma o teu instrumento afinando-me para as tuas instruções silenciosas.
CESÁRIA, A CORSÁRIA
Reluz, viscosamente, o rio. Hotéis contemplam os nativos e recontam a glória graças às mais femininas potências & também contemplam as fremusuras das outras namoradas. Vão como nenhumas, bem proporcionadas, pelos tapetes mundanos das sábias carnes!
Daqui por favor profano aperfeiçoei afeiçoadamente a cúspide da gloria e com estas deleitações (porque eu o entendo e o confesso da minha mui finita misericórdia) não deixo as coisas desanimarem com os trabalhos da carne para que me nasci. Todos os males me ajudam a dar graças aos assenhoramentos do corpo. Todo siso também. Ca os nossos passos, que aparelham o senhor corpo (ou a senhora carne) e aaqueles outros, também estultecem, no tanto se ousarem e usarem.
Entendo e confesso que o ânimo deles toma aos homens o poder, o que é motivo de motivos de não desanimarem com as ganas floridas da natureza humana, que esta ajuda ao extase. Que estes nom som feitos com deleitações sem proveito e assai parecemos dignos e mais dignos e merecedores de emoções retumbantes que podem devir nas florestas fluídas das naturas.
Porque não há nenhumas reticências que refreiem as caças amorosas, nem casas sonoras feitas com mãos alheias, e delas as forças e o ânimo e a mezquindade reverbam ante os olhos da moda e o Verbo aparentado do que se encarna.
Sabe por certo a sabor de favor amoroso, e por outro lado ao daqueles que gostarom da dulçura dos caules vigorosos, com o tinido de louças ajudando a furores musicalmente profanos.
Caímos imundas num estilo cuja híbridez nos desafora!
Daqui vamos por um ir com os que gostarom a dulçura dos bens riancheiros, motéis da moda onde podemos com que quiseramos dormir anos inteiros.
Nossos paaços, resplandecentes como ouro, e feitos com os espiritos exuberantes, coroam em esta falsa gloria, em que nos leixamos estendidos com a pele a seduzir a inclemente luz solar.
E com trabalhos ainda que duvidosos da vida vamo-nos nas andanças neste mundo e pensamos que avemos talheres para petiscar a glória.
Flamejam e reluzem as viscosas fremusuras das moradas da carne.
Os deuses tremem per aaqueles que os amam. E é por isso que saam grandes.
Em caminhada nos amam. E, assi com suas blandezas e dulçuras grandes e lúbrica misericórdia. Apesar de todos os vícios que sacodem a vida.
Semelham-se a gaiolas, ao esterco, aos olhos daqueles que nesta vida agitam as canseiras. Fazem-nos creer que sejamos sarcásticos sandeus, bem assi e muito asnos e alquímicos como ouro, e as nossas vestiduras simbólicas, de gregos vermelhos leões.
Deuses embriagantes podeis usar comigo das louças e dos talheres com fúria devoradora.
Flamejam e reluzem como ouro as nossas vestiduras, que andamos neste mundo e pensamos nele e nascemos novamente para todos os males embora não no possa a natureza fedorenta. E mais divina parece a dulçura que grande empequenece.
Vão em tremores os deuses e aaqueles que os amam.
Apesar deles me nasceram todos os males com estas aproveitáveis deleitações, como todolos seres dos arredores para uma glória inda mais intensa.
Não desanimem os que sobrepojam todo siso nem os que molham seu aparelho nos rios vinhosos do riso.
Ca aqueles que contemplam as fremusuras me ajudem a dar graças aos vaidopsos prados, aos chinfrinosos tinidos de louças e e às vestiduras feitas com as musas das modas.
Veste as mais fulminantes vestiduras, nobres e fremosas, mais excessivas que as deleitações sem proveito. Veste-as como um poder escorreito de ganas descritivas!
Com estas carnes apuradas e saltitantes parecemos viscosas, mas temos o coraçom puro e vazio e brilhante.
O rio apressa as obreiras, o visco socega os ociosos.
Como estes pobres omëes perecem muito mais que nós, embora vagarosamente verdes no seu sexo badalante!
Pois andamos perduravees com enganos e com os omëes que se pulam no criancismo: é coisa que amadurece como um escarnho azul nas nossas sentenças destemperadas.
Aqueles que contemplam as fremusuras fazem-se fremosos como as modas mais extremadas da natura.
Camas afáveis por favor divino, e por outro esse favor vindo da terra que te contempla como fremusuras habitável, como moda tangível e mensageira, e silva de choros e de tristezas vestidas e de alegrias desnudas. Causas nobres e fremosas? Ou mais fedorentas que lagrimas e mais perversas que choros, e mais feas que ceo tempestuoso? Que nom som feitas com mais do que nós, que andamos neste mundo a dar graças aos deuses de alto brilho, mas participamos na sua comédia comedida e lhes oferecemos em sacrificio o espetáculo da plenitude por muito que pareçam as coisas seeram conrompidas.
O sabor sábio do desfavor.
Caminha, cisma e olha. E assim correrá muito bem. As congratulações finais. A mulher que já não sua na brusquidão de se apossar dos utensilios domésticos mas que se deita na imensidão do presente.
Algo lhes enformava as vidas & a gola do sobretudo e as não vidas num sem sobressalto, num sobretudo alto: sem a afabilidade gelada dos canos no inverno desliza pelo interior algo escorreito e inquietante e dizem que é seguro e sereno. Não lhe posso tomar o peito a peito. Não lhe posso pôr os cornos em redor.
Enfias a cara na água como se lhe quisesses pertencer e mergulhas com ela a mão. Cada um e o tudo num sem sobressalto: sem afabilidade há passagens de mão a mão. De carácter a carácter.
Cada espelho sem destemperos nos ama.
Sem favor, apaixonada, em todos passos que não se ouvem, ela chega como uma dama inusitada e branca. Não ama a convivialidade e convida à delação. De madrugada torna-se mais àspera e esguia.
Estava uma noite quente e havia um bafo a acompanhar-lhe o ar sem aragem. Na alma, um mínimo limpava os excessos e os restos. Os outros impacientavam-na, e ela se ria, lembrando-se da mulher que saíra da mais terrena terra. Como é ainda afivelada a teorias antigas! O seu sangue sobe aos convés das almas.
Sabes o que fazer? Reconhece, nas vibrissas, os momentos peludos que têm asas. Queima os cadernos de encargos. Reduz-te exactamente.
Uma carreira temível, estimavel, informada a medos.
E ele, onde chegara, chegara sem chuva. Levantou-se para os que ouviam. Não há vivalma, ouve-se menos através daquela gente. Para aparar a noite como uma sebe estrelada.
Escolhidas pelo que têm, não pelo que o espelho da emanação dá a espelhar.
O espelho enche a concha a medo, arredia-se à convivialidade e não dá ouvidos.
Não há amigos desfavorecidos pelos anos, só amigas desvirgindadas pelo ânus.
Da terra, como sumptuários já arrumados mais alto em lugares públicos, passeando, fixa a cara.
Um rubor de pedra sobe às espáduas. Olha-se, vê-se. Aquela gente a impavidar-se numa vidência àspera. Ao seu sinal os bafos acompanham-lhe a serenidade do olhar. Na boca arremeda-o um esgar, como uma flor vibrátil dessa espécie negra, dessa variante obscura.
O homem-esgar tenta reaver a lassidão da pele num sem sobressalto.
Sem afabilidade sente a testa de ferro: à disposição, como fáceis folhas cadentes.
Assim que pensa, pondera, pendura, convida a acompanharem-lhe a cabeça.
Passa a limpo notas e rabiscos, como se o dia estivesse acabado. Próxima desatenção: as guias finas brilham auscultando o sereno aspecto que lhe convem.
Punhos aos pulsos. Punhetas às pulsões. O arrepio das vidas num sem sobressalto: mutismo.
A noite exactamente nocturna, sem a farsa burguesa da luz elétrica. Uma carreira temível, escolhida, satisfeita consigo, conivente com ela até à medula ia-se numa despedida pouco amorosa.
Conseguir, era resultar nela o que vibra, ferver o frio e o cauto numa alquimia carnavalesca. Igual sempre que for dessa espécie, dessa variante. Era a brusquidão que lhe enformava a soltura.
A avaliação demitia os aspectos, consigo, a sós, em conivencia com o afecto coarctado. Temido e solto. Não fez som, mas sobressalto: sem afabilidade e sem destemperos. Sem gente pastável para seguir de cada um o tudo e o nunca que quisera ter. Objectos que afivelavam presenças.
O sangue sobe ao estímulo, colocando as feições pelo seu registo. Aprendera a ser solta. A avaliação era um bem naquele rosto que estímulava o frio. Rebuçava em anos. Da terra, como o lajedo do grande átrio aberto, dos punhos aos pulsos, so sexo à lingua.
O arrepio tinham-se alevantado, com apetrechos sumptuários e rabiscos, com o timbre sem chuva.
Levantou a gola do sobretudo e de tudo o que afagava o seu registo. Aguentou-se afugentando sentidos únivocos.
Aprendera, no risco, e não dera fraqueza.
Quando se apropria sem noticiar-se, a noite reverbera-se sem chegar a porquês. Amargam-se as variantes mais amáveis. Os agradecidos da sua brusquidão, que lhes enformava o que fazer multiplicam-se para si.
Reconheceu, tinha vida própria sem noticiar-se, de águas frias e tintas fluídas. Passou à próxima intriga, aos vapores da cobiça e aos pós do cinzel. Nada mudou, não consumira ninguém num fogo azedo de azoto. Há muito de afazeres, com ou sem destemperos. Sem favor, nem desfavor. Porquê, o afecto, todo ao longe?
A reunião correra bem. Mas dava-se um ar sem aragem. Aprendera, há muito, com o lúgubre. Deixara os deveres oficinais para seguir as caminhadas da noite. A bela afeição a uma torre que sai do solo. Como a noite estava de uma grande frialdade (ao menos para aquela gente) ela sentia-se um vulcão oracular.
É assim que ela pensa, pondera, vê, aguardando a esferográfica sibilina posta a dançar uma coreografia muluscolar.
Os afectos invectivam a novos finais. A repugnância senhoreia.
Diante do passagens de mão arrastava partes da cara. Cada invectiva era um resolver contra alguém. E soerguia-se na sarjeta próxima. Segurando a serenidade.
Em momentos de risco, não dava fraqueza. Desejo de alargar a alma, no mínimo. Uma guinada na memória afastava-a e deslizava-a pelo interior dos punhos da intriga.
A reunião da cobiça e da intriga apaixonada em exímios passos não se basta a acompanhar-lhe a cabeça.
Os ombros, arremeda-os com esses olhos de balneários, de sanitários de liceu e pele enxuta. Penteia-se, acha-se bem naquele rosto anatómicamente de Gray ao invés. Lição de impassibilidade e mutismo.
Como se ria? Lembrando-se onde guardara a esferográfica. Lei da selva? Exactamente.
O trabalho não era conseguir, era resultar, e comungar com uma donzela puxando-lhe as rédeas soltas. Retirava, sem desejo as ofegações do peito e afastava-se do espelho.
Da emanação dos balneários, dos sanitários sem afabilidade e sem destemperos viera-lhe a canibalidade. Sem favor, sem chuva. Levantou a gola das intrigas alheias e sentiu uma outra coleira.
Um rubor de pedra subiu-nos à paixão. Ao menos para aquela gente um sermão é um sermão. A sua marca fazia enormes as mulheres. Para todo lado iam satisfeitas consigo, coniventes com ela. Estava inacabada. Ao menos para os escalões. Aquela gente não tinha vida porque a quisera ter tão depressa.
Objectos que não da memória afastam-na do espelho com sagacidade.
Da terra. Da terra, dissera-lhe o amigo. Um rubor de pedra nos malares. Tinham-se levantado em segundos para aparar a noite. A noite estava guarnecida de esferográficas.
Aragem. Retoma o o alívio. A reunião dá medo, arremeda a convivialidade e dá folga à terra. Da figura no espelho funcionários menores levantaram-se afivelados. O sangue sabia ao estímulo dos passos que não se ouvem. Não encolhe os ombros, arremeda-se num esgar satisfeito consigo.
Conivente com eles até ao risco, não dá a cara à decifração porque não tem decifração possível .
Ainda há virgens nas notas e rabiscos, como reconhece finalmente.
Objectos fitam o lajedo do grande átrio sem destemperos.
Sem favor, num esgar a reaver antigas doçuras dissera-lhe o amigo «há tantas esferográficas postas à disposição, as duns e as dos outros, e a sua». A do frio? Remoça em segundos para aparar a gola do disposição... As folhas não o confirmam.
As quatro virgens de cobiça e da intriga apaixonam em escalões. Aquela gente não tinha vida.
É grande avondança em esta falsa gloria da moda.
Sabe a vida aqueles que contemplam e recontam e voltam a contemplaR as fremusuras das moradas dos motivos.
As forças e o ânimo apressam-se ou apresam-se.
As obreiras nas oficinas descontam a gloria perduravel e a sua face graciosa.